terça-feira, julho 31, 2007

Traçando uma linha

A pergunta "o que é arte" é algo extremamente subjetivo e que fomenta discussões há muito tempo. Marcel Duchamp, o cara que fez um mictório virar "arte" que o diga. Eu, pessoalmente, tento reunir informações históricas sobre o tema em minha cabeça para julgar o que considero arte ou não. É difícil.

Eu não considero Romero Britto arte. Não desmereço o trabalho dele, é extremamente comercial, o cara encontrou um nicho e faz uma puta grana com isso, ótimo para ele. Mas não me diz nada. Nenhum quadro dele me diz nada. São para decoração, um tanto quanto infantis e ardidos aos olhos. São fáceis de digerir. E convenhamos, ele não muda o estilo, ou busca vertentes ou cria algo novo. Ele tem a fórmula e a segue, para sempre, estampando quadros, bolsas, relógios, colchas e toalhas de mesa. (okay, eu odeio arte enfiada em objetos, coisas do gênero "as xícaras de café do Klimt" da revista Caras")

Mas Romero, não o condeno. Como disse ele sabe fazer dinheiro, consumir o que ele produz é fácil e agrada a todos. E ele agrada inclusive os famosos. E como é bem esperto, sabe levar o nome dele na mídia:

Ele pintou a moça. Claro, ela é pop, famosa, tá na Caras. Tá aqui no meu blog também, direto, não é verdade? Uma homenagem pra esse mulher que, enfim, parece querer dizer tanta coisa mas no fim não diz nada. Ela quer ser a Oprah do Brasil. Com programas sobre variedades e gameshows. Enfim, é TV né meus amores. Voltando ao quadro. Se você aí ficou ofendido porque eu não considero Romero um artista de verdade, presnte atenção neste detalhe:

Queridos, ele colou glitter na tela. Na boca e nos brincos. Porpurina mesmo. Sei lá, se alguém joga glitter em um quadro eu já estranho um pouco. Eu fazia isso aos 5 anos de idade.

Eu adorava jogar glitter nas coisas quando estava na escolinha. Certa vez fiz um cartão para o dia dos pais. Desenhei meu pai todo garboso, só o rosto dele, bem másculo e barbudo (papai era muito barbudo na época). Mas faltava um tchans. Aí, desenhei várias borboletas em volta dele, muito coloridas. Mas mesmo assim, faltava algo.

Então eu peguei meu tubo de cascolar e mandei ver na porpurina rosa shock. Entupi a barba de papai de glitter. Quando ele viu a surpresa, ficou encantado "Poxa filinha, o papai tá brilhando né? E tão cor-de-rosa!". E eu respondi "Paiii, você tá chiquetérri".

Na época eu não sabia pronunciar "chiquérrimo".

Quando pintar meu próximo retrato de papai, vou comprar 2 quilos de porpurina prateada. É que ele está ficando grisalho.

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