terça-feira, julho 24, 2007

Galeria

Quando alguém vê uma obra de arte ruim geralmente diz "Porra, até eu faço melhor".

Já vi muita gente dizendo isso ao olhar um quadro do Pollock. Jackson Pollock foi um pintor americano de expressionismo abstrato, que para várias pessoas não fazia nada além de uma puta meleca na tela. Para outros, era um sujeito que fazia da tela em si e de sua própria pintura, um evento. Ele esticava a tela no chão e ia jogando as tintas em cima, e dizia que só assim podia olhar para ela de todos os ângulos e se ver dentro da obra. Na época, até as feministas (aiai essas moças doidas) não gostavam dele pois diziam que seus quadros carregavam em si "fantasias falocêntricas" (mah quê diabo?????).

Eu não sou crítica de arte e nem tenho conhecimento suficiente para me aprofundar nisso. O pouco que me arrisco a criticar, a meu ver, não pode nem ser considerado arte. É simplesmente um desperdício de tela e tinta. Eu não discuto o Pollock. Eu discuto o quadro do Wanderley, aquele seu vizinho metido à besta que vende quadro na feirinha e fuma maconha vagabunda.

Vamos abrir as portas da Galeria dos Horrores?


Título: O Natal do Link. Técnica: Guache Acrilex sobre tela.

Ah, o videogame! Cada vez mais inserido na cultura do mundo moderno. Link, o famoso elfo que vive tentando salvar a princesa Zelda das garras do mal, aparece aqui abrindo seus presentes de Natal. Está sorridente que ele só, mesmo que sua boca pareça uma massa branca e suas narinas dois buracos em seu crânio. Os cabelos estão escondidos sob uma folha de couve manteiga. Infelizmente, aqui, Link foi amputado na batalha e esconde seu defeito físico atrás de uma caixa vermelha. Mas isso não impede que ele sorria. Não desistirá, o sorriso se mantém, afinal, ele tem seu ursinho fiel. E continuará sorrindo com seus olhos psicoticamente brilhantes. Mesmo com o incêndio massivo que acontece ali atrás dele e já parece estar o alcançando. Sorria seu elfo alegre, sorria!

Título: Eu acho que (não) estou bem. Técnica: Punhadinho de tinta sobre tela.

Sabe quando você está bêbado e fica dizendo pra todo mundo "Eu tô bem, eu tô bem" mesmo enquanto vomita no sapato da sua sogra? Então, o artista quis passar essa sensação, mas parece que funciona ao contrário. Quanto mais você olha pra esse quadro, mais você se repete a si mesmo "Eu não estou bem, eu não estou bem" Enquanto sua cabeça gira, você só consegue enxergar essa medusa fumante vindo em sua direção, com o rosto que cria uma ilusão "idiótica". Então você diz: "Eu não tô bem cara, tô falando sério, me deu um troço ruim". Continua olhando para o quadro. "Meu, é sério, me dá um Dramin, eu acho que eu vou vomitar". Olha mais um pouco. "Porra, mandei toda minha janta pra fora. Quadro idiota. De quem foi a idéia de pendurar isso aqui na sala hein?". Pois é meu amigo. A arte quando é verdadeira, mexe com você. Ou com seu estômago, de qualquer jeito, tá valendo.


Título: Eu não sei dançar. Técnica: Resto de tinta sobre tela.

A modelo estava tímida? Ou o artista não sabe desenhar um rosto humano? Essa postura indiferente ao observador mostra um ar de desgosto nessa garota? É uma garota mesmo? Seria um torneiro mecânico que sonha em ser bailarina e por isso não mostra o rosto? Ah, os questionamentos que a arte nos leva... Mas são os detalhes que nos contam a história. Veja bem a nuca da bailarina: Não existe! O que isso diz a você? Hein? Onde está o pescoço desta figura? Na verdade isso não importa, mas não deixa de ser instigante. Eu fico imaginando: será que se virarmos o quadro, atrás estará pintado o rosto da bailarina, olhando de frente pra você? Ou será que na frente encontraremos mais uma bola de cabelos? (tam tam taaaam - música de surpresa). A resposta, fica na sua imaginação. O artista estava com preguiça.

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