quarta-feira, abril 30, 2008

Axé, poesia, atabaques e internetês

Cláudia Leitte fez uma poesia. Eu também escrevia poesias quando era novinha, até ganhei prêmio, mas desisti. Nada contra, leio poesia até hoje, mas não me atrevo a escrevê-las.

O que Cláudia chama de poesia, eu chamo de riminha para música ao som de atabaques. Porque lá na micareta ninguém se liga na letra, já que a maioria está muito bêbada para lembrar o próprio nome.

Também não vou falar da pobreza de linguagem já que eu não sou a rainha da gramática. Mas minha gente:

“Gosto de criancas.
Tem aquelas mais espertas, as quietas.
Ateh as mais sapecas sempre dao paz.”

Ateh?

“Crianca brinca o dia inteiro. ’Volte pra casa, menino, entre logo no chuveiro Depois vah se alimentar…’”

Vah?

Ninguem faz absolutamente nada! Ninguém eh suficientemente homem. A gente se senta e come Enquanto a criança eh enterrada!

Eh?

O poema tem um título em latim “NON OMNE QUOD LICET HONESTUM EST.”, algo exageradamente esnobe pra vir e jogar “eh, vah, ateh” no meio. Nem vou comentar das rimas porque Claudinha sabe mais do que ninguém que rima é essencial para um bom Axé.

O mais engraçado é a descrição que o portal da Globo deu ao texto:

“Claudinha Leitte adentrou um outro campo da criação artística humana”.

Criação artística “humana”. Me fez lembrar da criação artística animal. Sabe quando dão um pincel e um papel pra um chimpanzé e ele pinta uma banana? Alguém deu um lápis e um papel pra Claudinha. A diferença é que depois não jogaram um torrão de açúcar na cabeça dela batendo palmas e dizendo “Parabéns!”, como fazem no zoológico.


Atualização: a pedidos, a matéria com o poema na íntegra. Não deixe de ler os comentários!

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