sábado, outubro 20, 2007

Cafona mesmo é ser falso chic

Historinha rápida para vocês.

Ontem saí do trabalho com uma amiga e fomos procurar um vestido para ela ir a um casamento. Procurar vestido de festa é sempre um suplício, pelo menos para mim. Tem muito "crepe georgette" e "canutilho bordado" pro meu gosto. Mas fui com ela para ajudar nesta tarefa tão cansativa.

Ela quis dar uma olhada na loja de um estilista chamado Arthur Caliman, que anuncia bastante na revista Caras (vocês já devem ter visto).

Entramos na loja. Nas araras, mais de trocentos vestidos separados por cores. Ela nem sabia onde começar. O fato é que eu e minha amiga ficamos na loja por quase 40 minutos olhando aquele monte de vestidos espremidos nas araras e ninguém nos atendeu. Juro, as vendedoras passavam e é como se nem vissem a gente. Estavam ocupadas demais andando pra lá e pra cá para atenderem minha amiga, que gostou muito de um vestido e não sabia onde provar ou quanto custava. A cena mais patética foi quando eu disse:

- Carol, pega esse vestido, vai atrás da vendedora e pergunta, na cara dura. Ali tem uma, corre lá.

Veja isso, "corre lá". Aquilo é uma loja onde o vestidinho mais chinfrim custa R$1,500.00. Mas parecia que estávamos em uma pastelaria. Outras mulheres eram atenciosamente atendidas enquanto e a Carol, fícavamos paradas olhando aquela sala entupida de vestidos sem nem ao menos um auxílio de uma vendedora.

A Carol andando pelo corredor, segurando o vestido nas mãos, atrás da vendedora que parecia andar mais rápido para fugir dela. Ela cutucou a moça nos ombros, que se virou com a famosa cara de "coo".

- Por favor, quanto custa este vestido?
A moça, olhando a Carol de cima embaixo, respondeu, quase cuspindo:
- Mil e seiscentos reais.
Depois, a vendedora simplesmente se virou de costas e saiu andando.

Eu não sei porque não fomos atendidas. A loja não estava lotada. Estávamos vestidas normalmente. Estávamos descabeladas, com cara de cansadas, tínhamos acabado de sair do trabalho. Mas isso não importa. Éramos clientes, antes de tudo.

Eu me estressei e saí falando alto:
- Carol, loja tosca, com gente tosca não merece seu dinheiro. Não aguento mais ficar aqui.

Fomos embora. Depois disso, Carol ainda em "frenesi de compras" passou em várias lojas de roupas e sapatos ali nas proximidades (todas são caras) e fez muitas aquisições. Carol adora comprar, e se as atendentes da loja Arthur Caliman soubessem disso, não teriam a ignorado como fizeram. Elas teriam vendido e ganho sua "comissão" no fim do mês.

Arthur disse em entrevista ao Portal Veja SP, que suas lojas são assim:


Champanhe francês à vontade, música animada e uma equipe de vendedoras e costureiras que têm a missão de não deixar ninguém sair de mãos abanando. "Quem vender menos que as outras perde o emprego", diz Caliman, radical.

Pois é. Tem muita gente que devia perder o emprego.

É o que eu sempre digo: cafona e sem-classe é gente que faz força demais para parecer chic, achando que chic é ser arrogante.

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