quarta-feira, maio 09, 2007

Educação Artística

A Vera Fischer, além de atriz, mãe, musa e rainha dos bafões, agora é também artista plástica. Ela se inspirou em vários estilos de pintura, tais como o modernismo, op-art e pop art. Usa de tudo um pouco. E lançou ontem sua exposição, chamou os amigos e exibiu suas grandes criações. Vamos dar uma olhada?

Título:Cadê meu Moura Brasil?
Técnica: Tinta plástica acrilex sobre tela
Alguém sente a influência de Miró? É suave não? Eu diria que o olhar desoladamente torto da moça, se deve à ameba gigante e azul que se aproxima de sua cabeça, voando. A musa aliás, tem uma antena longa surgindo do crânio e contornando a ameba. Um instinto incontrolável de fugir do iminente risco de ter um cisco azul gigante na sua cara. Virtuosa obra.

Título: Ensaios de uma ampola de Botox
Técnica: Guache de dedo sobre tela
Mulheres, de vários ângulos, de várias formas, de várias deformidades físicas. Vera explora aqui a delicadeza e a diversidade da má formação humana . A primazia em que Vera extrapola todos as leis da física e da biologia é fantástica. Observe a linha superior, a segunda figura da esquerda para direita. O que há com esta mulher? Ela sente a dor de ter ser pescoço virado de uma maneira inumana, seus olhos flutuam em órbitas imaginárias, o olho da direita é intrigantemente desproporcional. A proeminência do queixo! Vera tem essa fixação com bocas e olhos, e quanta expressão esses olhos, devidamente bem maquiados, nos mostram!
Não deixem de notar que todas as moças estão em algum lugar onde o tom do cabelo da última moça tomou conta do quadro todo. Vera deve ter colocado muita tinta marrom na paleta e não queria desperdiçar.


Título: O que é uma linha reta nessa vida torta?
Técnica: Guache bem grosso sobre tela
Vera se pergunta: "Pra que as contravenções de réguas e medidas perfeitas para fazer op-art? Eu quero criar ilusões óticas no punho". A mulher retratada ao centro comeu um pote de mercúrio líquido e olha para o observador com seus olhos estrabicamente provocativos, devido à presença do metal tóxico no cérebro.


Aqui vê se um punhado de três obras, mas destaco a majestosa "Mitocôndrias on my mind" logo à frente. Um obra biologicamente instigante.

Sobre suas inspirações e aspirações Vera comentou durante o evento (essa frase foi ela mesma quem disse, eu juro):

“Um dia peguei a tela, a tinta, o pincel, comecei a pintar e me apaixonei. Descobri sozinha como usar a palheta e outras coisas. Sou eu mesma em todas as mulheres que pinto. Foi como fazer uma sessão de análise. Vou botando um pouco de mim em cada tela. Sou eu passada a limpo”


Vera passada a limpo? Tô passada.

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